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Revistas Edição 64 - 63



Da época em que as mulheres iam à praia vestidas em trajes de lã e com sapatos, até as coleções mostradas pelos estilistas na São Paulo Fashion Week para o verão de 2004, muitas ondas quebraram à beira-mar. Para que se chegasse ao ousado biquíni apresentado pela Rosa Chá, com a parte inferior vazada em círculo, ou ao confortável modelo sem costura, idealizado por Dory Edson Marianelli, da Simary, as mulheres desfilaram trajes bastante diversos. 
 
Durante muito tempo não houve nenhuma nota a respeito de trajes de banho simplesmente porque as pessoas iam à praia apenas para passear. Tomar sol e bronzear a pele – hábito comum hoje – era considerado coisa de escravos ou índios. Banho de mar não era sequer cogitado pelas pessoas bem-nascidas. Portanto, moças e rapazes caminhavam à beira-mar e faziam seus piqueniques vestidos dos pés à cabeça, usando chapéus e roupas de passeio tradicionais. 
 
Só em meados do século XIX, quando os esportes começaram a ser valorizados, é que se iniciou a confecção de vestimentas apropriadas para a prática da natação. Surgiram então os calções, em 1846: peças longas e justas que pretendiam dar maior mobilidade aos atletas; eram usados com túnicas, uma capa amarrada aos ombros, meias e sapatos. Mas este modelito, avançadinho para a época, não foi aceito de imediato. Ainda se viam pelas praias pessoas trajando peças de lã que cobriam o corpo todo, que mais pareciam macacões, além de toucas e botinhas. 
 
A nadadora australiana Anette Kellerman, que tinha uma deformação nas pernas, foi a responsável pelo primeiro collant, por volta de 1907. Após ter sido presa por usar um traje que mostrava seu pescoço, Anette mandou fazer um maiô de tecido mais fino, aderente à pele, que cobria o corpo todo e lhe permitia nadar sem criar problemas com a polícia. 
 
Aos poucos, o recato foi perdendo terreno para a praticidade e os trajes de banho começaram a mostrar pernas, braços e ombros. 
 
Nos anos 1940 e 1950, o recém-descoberto nylon passou a ser utilizado na confecção de maiôs. Entretanto, o material era muito caro e, como os trajes eram feitos sob medida, apenas pessoas com alto poder aquisitivo podiam se dar a esse luxo. A maior parte das pessoas continuavam usando maiôs de helanca inspirados nos concursos de miss, que, na época, eram bastante populares e acabavam, ditando, moda. 
 
 
A EXPLOSÃO DO BIQUÍNI 
 
A década de 1940 também viu nascer o biquíni, que, como era de se esperar, causou grande reboliço. O francês Louis Réard, já vislumbrando o estouro que sua invenção provocaria, batizou a peça com o nome das ilhas onde os Estados Unidos fizeram os primeiros testes atômicos. Para sua criação, Réard tomou emprestada a ideia de outro estilista parisiense, Jacques Heim, que havia desenvolvido um maiô de duas peças chamadas atome (átomo, em francês). Réard decidiu diminuir ainda mais o átomo de Heim, tanto que não encontrava modelos com coragem suficiente para desfilar sua criação. A ingrata tarefa acabou ficando para Micheline Benardini, dançarina do Cassino de Paris e que não fez jus à fama de corajosa, pois já se apresentava nua em seus espetáculos. No verão de 1946, a moça posou às margens do Sena vestindo um autêntico Réard que mostrava quase todo seu corpo e escandalizou a sociedade. Não tardou até que a boa nova do biquíni corresse o mundo, fosse condenada pela Igreja e até proibida em alguns países, como aconteceu no Brasil por decisão do então presidente Jânio Quadros. 
 
Na década seguinte, o biquíni ganhou adeptas em Hollywood. As pin-ups e estrelas de cinema emprestaram glamour à peça tornando-a mais popular. A diva Brigitte Bardot imortalizou o traje no filme de Roger Vadim E Deus Criou a Mulher, em 1956, usando um modelo xadrez vichy enfeitado com babados. Em 1962, Úrsula Andress magnetizou a plateia ao sair do mar trajando um biquíni branco com cinto, em 007 Contra O Satânico Doutor Nô. A cena e o modelo foram resgatados pela bela Halle Berry no mais recente filme do espião inglês: 007 Um Novo Dia Para Morrer.
 
No Brasil, as vedetes também abriram caminho para que o biquíni fosse melhor aceito. Carmem Verônica e Norma Tamar desfilavam pelas areias de Copacabana e atraíam olhares curiosos para as duas peças que ainda causavam espanto no fim da década de 1950, quando o modelo chegou por aqui. Mesmo com a aceitação gradual do biquíni em terras brasileiras, a musa do Cinema Novo, Leila Diniz causou furor ao passear grávida de sete meses na praia de Ipanema, exibindo seu barrigão no início dos anos 1970. 
 
Rompidos os preconceitos, o biquíni logo caiu nas graças do brasileiro, especialmente os cariocas, que não demoraram a lançar suas próprias versões para a peça. Na década de 1970, enquanto a mania nas praias europeias, como Ibiza e Saint-Tropez, era o top less, por aqui uma jovem chamada Maria Zilda Costa resolveu encurtar seu biquíni um pouco mais enrolando o cós e criando a tanga. Nos anos 1980 quem tomou conta das praias brasileiras foram os biquínis asa-delta e de lacinho lateral. Quando parecia que os biquínis não poderiam ficar menores, mais uma vez as praias cariocas surpreenderam e deram ao mundo o modelo fio dental.
 
A partir dos anos 1990, a moda deixou de seguir uma tendência muito fixa. Muitas vezes, os estilistas buscam inspiração nas décadas anteriores para suas criações. As coleções incluem até mesmo maiôs, em modelos que poderiam soar conservadores se comparados à revolução dos biquínis. Lisos ou estampados, com laterais mais largas ou cordinhas, de crochê ou de lycra, com meia taça ou cortininha, vale tudo para aproveitar o sol, seja na praia, seja na piscina. 
 
 
BRASIL LANÇA TENDÊNCIA 
 
O Brasil conquistou, em pouco tempo, posição de destaque no cenário internacional de moda praia. Grifes como Rosa Chá e Cia. Marítima têm mercado cativo no exterior para suas peças. O sucesso do biquíni brasileiro – menor e valorizando as curvas femininas – fez com que os salões de beleza norte-americanos batizassem a depilação mais cavada na virilha de Brazilian wax. 
 
A criatividade, aliada aos avanços tecnológicos, permitiu que tanta sensualidade ficasse mais confortável. Para o próximo verão, iá serão encontrados os biquínis sem costura de Dory Edson Marianelli, da Simary. Após testar o produto em mais de mil pessoas em 1.80 dias, com bons resultados, ele encontrou receptividade também no mercado externo: fechou um contrato de exportação para a Espanha, além de entabular negócios com mais sete países, incluindo França e Japão. 
 
 
AS PRECURSORAS: 
MESSALINA E CLEÓPATRA
 
A ligação entre as roupas de banho e as lingeries é inegável. O maiô, tal como conhecemos hoje, foi inspirado nos espartilhos, usados pelas mulheres para afinar a silhueta. Embora a peça seja sempre associada à nobreza europeia, ela foi criada há quatro mil anos, na Ilha de Creta, e era exibida como símbolo de fertilidade. Depois de um período em que caiu em desuso, o espartilho voltou à moda por volta do ano 40 d.C., com a esposa do imperador romano Claudius, Messalina, que vestia uma peça de linho para empinar os seios. 
 
Após terem sido trocados por corseletes durante os primeiros séculos da Idade Média, os espartilhos voltaram a delinear a cintura das jovens do século XIV e foram tendência até o princípio do século XX, quando o padrão de beleza mudou: saiu de cena a mulher voluptuosa e entrou a mignon, muito em representada pelas melindrosas da Belle Epoque. 
 
Outra que esteve muito à frente de seu tempo foi Cleópatra. A rainha egípcia, sempre retratada nos filmes hollywoodianos ostentando bustiês dourados, na verdade era adepta do top less, nos idos de 40 a.C., muito antes de essa moda tornar-se escândalo na década de 1960, quando o designer Rudi Gernreisch achou que a parte de baixo era suficiente… 
 
 
Kátia Abreu






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